Brasil de Fato - Distopia? Venda de 'leitura de íris' lembra comercialização de plasma humano, proibida no Brasil
Publicado em: 23/01/2025
Por Hara Flaeschen
As informações genéticas ou biométricas de uma pessoa são dados sensíveis de saúde, conforme normativas do Ministério da Saúde baseadas na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Nas últimas semanas, no entanto, o Brasil é palco de comercialização de leitura de íris, com envolvimento direto da Open AI (ChatGPT).
Segundo reportagem do portal Metrópoles, o projeto Tools for Humanity, que além da Open AI é vinculado à empresa World, cadastrou mais de 400 mil pessoas em São Paulo. Os indivíduos trocaram seus dados biométricos por moedas virtuais, equivalentes a R$ 600 reais. Em nota, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) afirma que investiga o caso desde novembro, e que está analisando documentos apresentados.
A situação lembra um passado não muito distante, antes do SUS, em que era possível vender e comprar sangue e hemoderivados no Brasil. É claro que as pessoas que se submetiam a negociar o próprio sangue eram as mais vulnerabilizadas, assim como acontece ainda hoje nos Estados Unidos, por exemplo, onde é comum imigrantes venderem sangue e sêmen, além de participarem como cobaias de experimentos clínicos, em troca de algum dinheiro.